não sei porquê, mas lembrei-me. havia um forte americano montado em cima da cama. cavalos, índios e cowboys, vickie, ilvy e sven, carrinhos e uma carruagem de princesa, bonequinhos moles que dormiam em caixas de fósforos, soldados e cavaleiros aprumados e as armas do cluedo. personagens de uma história recriada ao ritmo das tardes, abertamente negociada sem ressentimentos posteriores, com explosões de emoção, ilvy deixando o vickie para se casar com o cowboy a bordo da bela carruagem puxada pelo cavalo do índio. havia o riso da minha amiga e o cheiro do café com leite e do pão com manteiga. o tempo lambia-me as mãos devagar e a história continuava todos os dias, ora aos tropeções, ora fluindo leve, e iamos aprendendo a impossibilidade de prever todas as hipóteses para o nosso universo, montado todos os dias em cima da cama, diferente de cada vez, com desaparecimentos súbitos de personagens engolidas pelo aspirador e tragédias e catástrofes de plástico partido.
lugares em que me sinto bem